Desconhecidos

O homem sentou-se,
à minha frente…
Olhou para mim,
sorridente.

Retribuí.
Quase sem esforço
encontrei um sorriso
e sorri.

Não foi difícil,
sorrir a um estranho.
Apenas foi estranho.
Isso!
Foi estranho sorrir a um estranho.
E um estranho ter-me sorrido…
Foi estranho o sorriso de um desconhecido.
Foi estranho,
mas foi preciso!
Se o estranho não me sorrisse
e não me lembrasse a alegria,
talvez não tivesse eu sorrido
naquele dia.
E desconfio que o estranho sabia…
Sabia, se não me sorrisse,
que aquele dia passava ao meu lado
e eu não sorria.

Estou-lhe por isso agradecido.
Agradeço o sorriso que me foi sorrido
por um desconhecido
e amanhã
retribuo àquele homem
toda a arte do seu engenho.
Amanhã
vou sorrir a um estranho.

 in A loja do Mestre André

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