Eu amava a facilidade e a
cegueira e as mansas viagens na água transportando-me através dos obstáculos.
(…)

Movia-me dentro da cor e da
música.(…) Não havia correntes de pensamentos, apenas a carícia-fluxo-desejo
misturando-se, tocando, afastando, vagueando no abismo infinito da paz.(…)

Sentia apenas a carícia de mover-me – de passar para um outro corpo – absorvida
e perdida dentro da carne de outrem, embalada pelo ritmo da água, pela lenta
palpitação dos sentidos, pelo deslizar da seda.

Andando sem consciência, movendo-me sem esforço, numa corrente de água e de
desejo, respirando num êxtase de dissolução.

                                                                                     Anais Nin –  A casa do incesto

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