Dormir…

Pusemos tanto azul nessa distância

ancorada em incerta claridade

e ficamos nas paredes do vento

a escorrer para tudo o que ele invade.

 

Pusemos tantas flores nas horas breves

que secam folhas nas árvores dos dedos.

E ficámos cingidos nas estátuas

a morder-nos na carne dum segredo.

 

 (Natália Correia, in Livro dos Amantes)

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