.

Vivia na temperatura tépida dos lençóis
aquele que dava pelo estranho nome
de.. Amor.
Às vezes,
soltava-se,
e percorria pela mão dos adolescentes
 ruas desertas, sombras escuras e conspiradoras.
– "soltou-se o Amor!" –
alguém gritava.
E vinha o vermelho…
e invadia o vermelho…
E assanhavam-se os gatos conscientes da invasão da sua noite solitária.
Depois,
apagava-se a ultima luz
da ultima janela…
e desaparecia o Amor na tepidez dos lençóis!
Ficava a lua,
ficava o luar azul,
a reflectir perigosamente nas laminas das facas ensanguentadas dos adolescentes!!

                                                                           Facas em Sangue – Mão Morta
Publicado em Uncategorized | Publicar um comentário

.

Nunca parto inteiramente
Não me dou à despedida
As águas vão simplesmente
Presas à sua nascente
É do seu modo de vida

                    Manel Cruz

Publicado em Uncategorized | 1 Comentário

Definição 2

O corpo é onde 

é carne:

o corpo é onde

carne
e o sangue
é alarme.

O corpo é onde
é chama:

o
corpo é onde
há chama
e a brasa
inflama.

O corpo é
onde
é luta:

o corpo é onde
há luta
e o sangue
exulta.

O corpo é onde
é cal:

o corpo é onde
há cal
e
a dor
é sal.

O corpo
é onde
e a vida
é quando.

 

       
Affonso Romano de
Sant’Anna

Publicado em Uncategorized | Publicar um comentário

love under will

She’s got her head in the clouds
she’s got the stars in her eyes
and
she’s dancing with a dream in her heart
she’s got the wind in her
hair
moonchild shining bright
and she’s dancing, with a dream in
her heart

She believes in angels
she
believes in the will of the gods
and she’s dancing amongst the magic
dust
she believes in the midnight trance
she believes in ‘love is
the law’
And she’s dancing amongst the magic dust

Star child
baby born of heaven

She’s
got a heart full of promise
she’s got her hand on her heart
and
she’s dancing by the light of the moon
she’s got a head full of
secrets
sworn to the faith of ‘love under will’
and she’s dancing
by the light of the moon

Severina
she’s a gift from
the gods and she’s dancing

                                     Mission  –  Severina

Publicado em Uncategorized | Publicar um comentário


Pela mão do que escorrega

agarro os interstícios ferozes
do que tende a diluir-se
sob o pano opaco da pele.
(…)

               in Vibrissar

Publicado em Uncategorized | Publicar um comentário

glass dome

I can hardly wait

It’s been so long
I’ve lost my taste
Say angel come
Say lick my face
Let fall your dreams
I’ll play the part
I’ll open this mouth wide
Eat your heart

I can hardly wait

Lips cracked, dry
Toungue blue burst
Say angel come
Say lick my thirst
It’s been so long
I’ve lost my taste
Here Romeo
Make my world as great

In my glass coffin
I’m waiting

                  Juliet Lewis – hardly wait

Publicado em Uncategorized | Publicar um comentário

Ao Seco – 3/3/10


Herói é quem no muro branco inscreve

O fogo da palavra que o liberta:

Sangue do homem novo que diz povo

E morre devagar de morte certa.

Homem é quem, anónimo por leve

lhe ser o nome próprio, traz aberta

a alma à fome, fechado o corpo ao breve

instante em que a denúncia fica alerta.

Herói é quem, morrendo perfilado,

Não é santo nem mártir nem soldado

Mas apenas por último indefeso.


Homem é quem tombando apavorado
dá o sangue ao futuro e fica ileso,

pois lutando apagado morre aceso!!

                                Retrato do herói – Manuel Alegre

Publicado em Uncategorized | Publicar um comentário

Auguries of Innocence

To see a world in a grain of sand,
and heaven in a wild flower,
hold infinity in the palm of your hand,
and eternity in an hour.

                                  William Blake

Publicado em Uncategorized | Publicar um comentário

..

Tudo começou com umas meras folhas rasgadas,
um coração que bate,
uma mente que voa,
e um corpo, aqui.

Trata-se de uma espécie de diário
em que a vida é rasgada em momentos

e colada em pensamentos, imagens e esboços.

                                                         in Lua de trapos

Publicado em Uncategorized | Publicar um comentário

Herméticamente

Quero-te como se fosses a presa
indiferente, o mais obscuro dos amantes. Quero o teu rosto de brancos cansaços,
as tuas mãos que hesitam, cada uma das palavras que sem querer me deste.
(…)

                                                                                   Adaptado de Nuno Júdice, in Poesia Reunida

Publicado em Uncategorized | 1 Comentário